O frio intenso da madrugada e da manhã desta segunda-feira chegou a produzir o chamado "sincelo" e a congelar árvores e uma cachoeira na cidade de Urupema, localizada a cerca de 180 km de Florianópolis. Uma das regiões mais procuradas pelos turistas é o Morro das Torres, onde o cenário amanheceu totalmente "pintado" de branco pelo gelo. Árvores imensas, como araucárias, pareciam congeladas por uma película branca.
Apesar de ser muito confundido com a neve, o "sincelo" é o congelamento das gotas de água assim que elas entram em contato com a superfície. O fenômeno, bastante raro no Brasil, é registrado apenas em pontos mais elevados das regiões serranas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Na madrugada, a temperatura em Urupema chegou aos -5ºC. A precvisão indica uma terça-feira ainda mais gelada, com possibilidade de quebra do recorde de -7,8ºC registrado no início de junho.
Sensação térmica cai a -27ºC e vento atinge 119 km/h
Depois da neve registrada em quatro cidades de Santa Catarina, o frio intenso tomou conta do Estado. A sensação térmica na região serrana chegou a -27°C no início de manhã desta segunda-feira. Ainda pode nevar na Região Sul do Brasil na manhã de terça-feira. Segundo medição do Instituto Nacional de Meteorologia, as rajadas em Urubici, no alto da serra catarinense, chegaram a 99 km/h entre as 5h e 6h, a 107 km/h às 7h e a 119 km/h às 10h, de acordo com a Climatempo.
De acordo com as informações do Centro de Recursos Ambientais do Estado (Ciram), os termômetros marcaram -5,4°C em São Joaquim e -4,3°C em Urubici, onde os ventos atingiram rajadas de 90 km/h, aumentando a sensação de frio. A neve que caiu neste domingo não chegou a acumular na serra como ocorreu no último episódio, registrado em agosto do ano passado.
Em Florianópolis, a manhã também foi das mais geladas: os termômetros marcaram 7,5°C por volta das 7h. Mesmo com a volta do sol após vários dias chuvosos, o vento sul trouxe uma sensação de um dia muito mais frio. "É de sofrer. Tenho dó de deixar as crianças na escola", disse o advogado Carlos Alberto Amarante, 36 anos. "Não há aquecimento nas escolas, e então o jeito é encapotar os meninos com muitas blusas", afirmou.
Se por um lado o dia gelado trouxe "sofrimento", por outro acabou animando dezenas de pescadores que enfrentaram a manhã gelada nas praias de Florianópolis à espera das tainhas. Com os barcos a postos, eles esperavam o sinal de que os peixes estivessem por perto. "Com esse frio, elas irão aparecer", disse Crispim Brito, 56 anos.
De acordo com o Ciram, o restante da semana sofrerá influência de uma massa de ar polar. O sol aparece, mas os dias serão ainda mais gelados, principalmente na terça e quarta-feira. Há a possibilidade de quebra de recordes de temperaturas nos próximos dias.
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