Mapa do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica que grande parte da região central do Brasil está com umidade relativa do ar abaixo de 30%, índice considerado crítico pela Organização Meteorológica Mundial. A área atingida pelos índices mais baixos de umidade equivale a mais ou menos o tamanho dos estados de Goiás e Tocantins juntos (veja mapa abaixo).
A situação mais crítica está no estado de Goiás e no Distrito Federal, onde, em alguns momentos do dia, a umidade alcança 20%. Além dos estados do Centro-Oeste, também são afetados pela seca o oeste e o norte de São Paulo; Minas Gerais, com exceção do sul e do leste do estado; o centro-oeste da Bahia e o sul do Piauí.
A meteorologista Morgana Almeida, do Inmet, explica que as massas de ar seco são comuns no inverno. A distância do oceano é outro fator que explica a baixa umidade no centro do país.
“A explicação predominante para a baixa umidade é o inverno, que tem temperaturas amenas e tempo seco. O chamado efeito continentalidade, que é a distância do oceano, explica por que em algumas regiões os índices são menores”, explica Morgana.
A meteorologista do Inmet alerta que, no fim do inverno, nos últimos dias de agosto e início de setembro, o tempo seco pode se intensificar. “Com a elevação natural da temperatura no fim do inverno, aumenta o fenômeno de evaporação e a umidade cai”, avisa.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, o ideal para o corpo humano é uma umidade acima de 65% e temperatura de 24 graus. Quando o índice fica abaixo de 30%, quadro considerado crítico pela Organização Meteorológica Mundial, as autoridades locais devem ser alertadas.
Sintomas no corpo
O médico Maurício Menezes de Souza, que atua na área de clínica médica lembra que, entre as consequências do tempo seco no corpo humano está o ressecamento de mucosas. “Por causa desse ressecamento, o nariz e os olhos podem ficar irritados. No nariz, como os vasos são muitos superficiais, o ressecamento pode causar sangramento”, explica.
Outra consequência relacionada ao ressecamento da mucosa do nariz é a maior vulnerabilidade a viroses. “Com a umidade natural da parede do nariz, vírus e bactérias aderem e ali morrem. Com a mucosa seca, o nariz perde essa capacidade de filtro”, afirma Menezes.
Já nas peles mais sensíveis, a secura pode causar fenômenos alérgicos, como a dermatite atópica, lembra a dermatologista Cristiane Dal Magro. “Outro fenômeno relacionado ao tempo seco é o eczema, que gera inflamação e irritação, com formação de placas vermelhas e engrossamento da pele”, diz a médica.
O clínico Maurício Menezes lembra que a hidratação é fundamental para evitar os transtornos da baixa umidade no corpo. “Existe um equilíbrio de água no nosso organismo. Para mantê-lo, a pessoa deve ingerir de dois a três litros de água pura ou em sucos. A bebida alcoólica não é recomendada para hidratar, porque o álcool inibe o hormônio antidiurético, o que faz com que a água do corpo seja eliminada mais rapidamente.”
A dermatologista Cristiane Dal Magro lembra que, para a hidratação da pele com creme ser mais efetiva, é importante fazê-la em até três minutos após o banho. “Chamamos essa orientação de dica de ouro da hidratação. É nesse período que a pele absorve melhor os princípios ativos do hidratante”, ressalta.
Fonte G1
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